VINTE MILHÕES DE POBRES SUBSIDIAM O GOVERNO

Ser cidadão honesto é um crime. Grave! Em Angola, século XXI, ano 2023. O Executivo anda sem bússola, arrasando na tresloucada caminhada o cidadão comum. Os 20 milhões de pobres que de tão miseráveis nem personalidade jurídica têm, tão pouco fazem parte da estatística inclusiva, salvo quando é para os obrigar a pagar mais impostos, como agora, com o aumento do preço da gasolina, para satisfazer as orgias de determinados governantes, foram mais uma vez apunhalados.

Por William Tonet

O país que viu o meu pai nascer e morrer com coluna vertebral erecta, impede desde o dia 2 de Junho de 2023, que o seu filho seja capaz de atestar o depósito da viatura, dado o aumento do preço da gasolina de A0 160, para A0 300,00, quando a inflação está em alta, a moeda nacional desvalorizada e os produtos da cesta básica estão na estratosfera.

“Tudo está caro. É uma droga a política deste executivo, que se comporta como criado do FMI e Banco Mundial, para colocar os seus povos na escravatura e numa nova colonização. Teremos de fazer uma nova revolução. Como não sei, mas assim como o país está não dá”, lamenta o economista Makemba Nlanvu.

A subida dos preços está na ordem do dia um pouco na boca de todo cidadão, pois, de repente, tudo ficou mais caro. Comer, ficar doente, em Angola, governada pelo Presidente João Lourenço é proibido, face ao aumento dos preços do saco de arroz: A0 19.000,00 (dezanove mil kwanzas-22.06.23) ao paracetamol: A0 1500,00 (mil e quinhentos) a lâmina e até a urna funerária, fixada agora, entre A0 600.000,00 (seiscentos mil) a A0 1.000.000,00 (um milhão de Kwanzas), todos sem qualquer subvenção, por serem produtos mais utilizados pelos pobres.

A justificativa da guerra ucraniana, da fraca produção e da baixa do preço do barril do crude, no mercado internacional, ditada pela OPEP não colhe, pois fossemos, verdadeiramente, independentes com dirigentes comprometidos com o desenvolvimento e o controlo da soberania económica do país e, poderia ousar estabelecer o preço dos combustíveis em Kwanza.

O Executivo do MPLA demonstra, a cada medida tomada, de tão destrambelhada, não ter um plano plurianual, nem quinquenal de desenvolvimento estruturado e estruturante, capaz de impactar positivamente na vida dos cidadãos.

O aumento do preço da gasolina é uma punhalada nos corações de milhões de angolanos, cujas vidas estão a ser destroçadas, pois ela fez todos os produtos, controlados pelos novos colonialistas, subirem, ante o minguo e desvalorizado salário.

Quando os taxistas e moto-taxistas se levantam por falta de subvenção, ante a promessa governativa de o fazer através de cartões, mais uma vez ilude os profissionais por não ter feito, com competência o trabalho de casa.

A subvenção pressupõe catalogar e cruzar os dados dos veículos registados e cadastrados como de serviço de táxi. Depois, ir à Assembleia Nacional solicitar autorização legislativa, para aprovação de um fundo suplementar, uma vez já ter sido aprovado, o Orçamento Geral do Estado. Com este instrumento, passa a criação de um banco: BVS (Banco Virtual de Subvenção), que com esta designação incorporaria o EMIS (empresa gestora dos cartões comerciais Multicaixa da banca comercial), que reconheceria o cartão subvencionado chegado à bomba, levando-o, posteriormente, ao Banco Virtual, para confirmar se o CHIP (número de registo do veículo e do motor), mantém o cadastro activo e com fundos, depositados pelo Departamento de Tesouro do Ministério das Finanças.

Com este processo reconhecido, o EMIS valida a operação e o veículo (automóvel ou motociclo) é abastecido nas bombas. Sem isso tudo o que está a ser feito é mais uma roubalheira, instaurada a bandalheira, porquanto aos cidadãos, como sinal de transparência e boa gestão das finanças públicas, não se disse qual seria o valor destinado a subvenção, proveniência e por quanto tempo?

Por essa razão é que se multiplicam as manifestações e indignações dos taxistas e moto-taxistas, face à dificuldade destes prestadores de serviço atestarem o depósito dos veículos.

Em Angola atestar um carro é mais caro do que na África do Sul, Namíbia, Zimbabwe, Botswana, etc., que não têm poços e exploração de petróleo, com a agravante de o aparente preço destes países do combustível importado tem em conta o salário, que o país tem como o mais baixo da região Austral e da África Central.

Recorde-se que em sentido inverso, anda um país assolado com sanções americanas e do ocidente, como a Venezuela, que como produtor tem o combustível mais barato para o seu cidadão. Naquele país atestar o depósito é muito barato, pois tem um custo no salário líquido médio mensal do trabalhador de apenas 0,52%.

É verdade que o preço da nossa principal commodities aumentou muito, com enorme influência negativa principalmente dos alimentos, para a população pobre.

Diante desse quadro, anormal da baixa do preço do petróleo, muitos países têm reduzido o impacto do aumento dos preços para proteger os 20 milhões de pobres, subvencionando os produtos da cesta básica e colocando o comércio, mais na mão dos nacionais.

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